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Bom sucesso, um acerto poético


      
     
       Sucesso de crítica e audiência, Bom sucesso chega ao fim hoje depois de quase seis meses no ar. A trama chegou com a intenção de ser lúdica e poética, e conseguiu. Conseguiu ser requintada, bem-humorada,  delicada e apaixonante.  Como não se apaixonar pela amizade de  Peter  e Sofia? O que  dizer da cumplicidade de Alberto e Paloma? O que dizer das referências literárias? Como não gostar de rever outros personagens, a exemplo da Elisa de Assis, de Totalmente demais?  Amizade, amor, vida e literatura foram ingredientes que fizeram de Bom sucesso um produto de qualidade inigualável. E a audiência correspondeu: segundo maior sucesso da década, perdendo apenas para Cheias de charme.
  Começamos com os destaques. Surpreendeu a todos a atuação da Fabíula Nascimento, honrada com uma personagem emocionante,  com atitudes humanamente dúbias. Conseguiu a proeza de dar doçura  e qualidades à Nana, tornando-se um dos mais brilhantes papéis da trama.  Outros destaques ficaram por conta dos filhos de Paloma.  A rebeldia das jovens e a doçura do Peter foram importantes nos momentos de toda a história.   Mas não podemos deixar a Grazi, tão bem como a Paloma, de lado. A atriz nos surpreendeu mais uma vez após a atuação grandiosa em Verdades secretas, presenteando-nos com uma protagonista que conseguiu ser amada pelo público. O Fagundes no melhor papel, entregue de corpo e alma vivendo o Alberto Prado Monteiro. O Armando Babaioff e a Sheron Menezes nas melhores atuações. E o Rômulo Estrela? Poderia ter errado o tom do Marcos, tornando-se mais um mocinho entojado, mas ele soube dosar o tom, e o personagem virou queridinho do público.  


                      
        
        A comédia também fez-se presente nas loucuras da Silvana Nolasco e mesmo nas falas debochadas do Diogo ou nas de Lulu. O jeito desajeitado da Evelyn e o sarcasmo de Thaíssa também renderam boas risadas. Superação e mudanças   também estiveram  presentes.  A história de Waguinho proporcionou uma reflexão acerca da dependência química e da proeza de ser recuperado. Gisele passou de vilã a uma mulher capaz de doar a própria vida para salvar a editora. Os momentos mais dramáticos também estavam e estão presentes.  Elias ( Marcelo Frias) e Babaioff foram os responsáveis pelos momentos mais dramáticos. Este matou alguns personagens,  a exemplo da Jennifer. Aquele foi ainda mais odiado por fazer da vida da protagonista e dono da Prado Monteiro um inferno. Mas nem tudo foi drama ou comédia, pois não faltaram romances. O casal Maloma ganhou torcidas em todo o país. Francisca e Ramon formaram um casal quente. Outro casal que marcou a novela foi Nana e Mário Viana( Lúcio Mauro Filho), tornando-se um casal querido  pelo público.

        Enfim, Grazi Massafera e Antônio Fagundes protagonizaram as mais poéticas emoções da trama.  Já o Armando Babaioff foi o odiado e amado Diogo.  A trama valorizou a literatura,  os discursos que estão em alta no momento, criticando a obscuridade que vivemos no Brasil.  Avante, que Bom sucesso não será esquecida pelo grande público, pois se tornou  uma das novelas mais lindas produzidas pela TV brasileira.           
                       José Miguell Halffitth

Comentários

Anônimo disse…
Quanta dedicação por detalhes, parabens.
Muitíssimo obrigado! Forte abraço.

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