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Mostrando postagens de 2020

O ano 2020

        O ano 2020 termina sem fôlego para continuar. É o ano da grande e catastrófica pandemia. É o ano do isolamento social, do distanciamento, da máscara e do álcool em gel. É também o ano de grandes questões filosóficas . A principal delas é a relação entre o homem e a natureza.      A relação entre o homem e a natureza já foi mais harmoniosa, mas hoje não é tão assim. A natureza já dá sinais de revide. Há quem diga que a Covid-19 é um produto da nada harmoniosa relação entre eles. Até que ponto o desequilíbrio da natureza faz parte dessa tumultuada relação? Haja reflexão, não é ? Outra é a relação do homem  com o próprio homem.  Os homens já não vivem harmoniosamente entre si . O egoísmo do homem atrapalha a convivência com os demais. Nem mesmo usar uma simples máscara para manter o bem-estar de todos, eles fazem isso. Quem sabe um dia eles aprendam a viver em sociedade, não é? Qual é o limite da obediência e da desobediência humana? Para o homem, não há limites para obedecer aos

Faz, refaz, desfaz

        Mude a direção da tua caminhada quando for necessário. Joga todas as cartas que tens em tuas mãos. Refaz os caminhos onde encontraste o sucesso . Desfaz as malas se preciso for. Sonha, mas mantém os pés no chão. Quem quer voar sem asas quebra a cara ao cair. Nada de quereres ser o que não podes e principalmente o que não és. Para de acreditar em tudo o que dizem. Nem tudo o que dizem para ti condiz com a tua realidade de vida. Busca apenas o que é para ti. Deseja tudo o que te faz sonhar, mas não deves desejar o impossível. Podes até pensar, mas não deves desejá-lo como parte da tua felicidade. Experimenta o que tiveres vontade. Viaja bastante. Faz todos os dias uma ação positiva. Das negativas, fuja delas. Procura ter relacionamentos duradouros ou efêmeros, mas que sejam importantes para a tua saúde mental. Às pessoas, dá a elas o que recebes. A reciprocidade é o que faz e desfaz qualquer relacionamento humano. Aos animais, dá o que tiveres de melhor. Os animais precisam do qu

Nós e nós

         Como não nos valorizarmos se a única pessoa que nos acompanha o tempo todo somos nós mesmos? Como não nos amarmos se a vida nos coloca frente a frente conosco? Como não termos a consciência de que somos   a diferença na visão do outro, mas, para sermos aceitos,  devemos nos enquadrar? Então, não há como fingirmos esquecer que somos partes de um retalho de outras histórias e somos histórias de outros retalhos também? Não há! Nossa vida é o resultado de tudo o que vivemos, fazemos e presenciamos, e nem tudo tem resposta. A vida  é tão coletiva e tão solitária quanto a roda-gigante. Por isso, os nossos monólogos são tão importantes quanto os diálogos que fazemos diariamente.        Nossa vida é baseada na consciência da diferença. Essa  diferença nos faz buscarmos ser iguais, tornando -nos peças nada raras de um jogo de cartas já marcado. Eis a dificuldade de sair desse jogo: fora dele, não há outras cartas que se encaixem. Frente a frente conosco, percebemos nossa singularidade

Todos os nós

          Todos nós somos nós na vida alheia.  Todos nós somos laços na vida de alguém. Todos nós somos nós que podem ser desamarrados . Todos nós somos reféns dos nós que não desatamos.  Todos nós somos atalhos nas redes que construímos durante a vida. Todos nós somos carentes dos laços e dos nós que diariamente nos enredamos. Todos nós somos passado,  presente e futuro na vida de outras pessoas. Todos nós nos tornamos a multiplicação das ações de outras gentes. Todos nós somos razão e emoção, emoção e razão. Todos nós somos nós que podem ser desatados abruptamente. Todos nós carregamos os resquícios de todos os nós que nos marcaram. Somos sementes, somos componentes de um mundo doente, mas curável. Tudo depende da roupagem que damos ao nosso alguém. Tudo depende da roupagem que damos aos outros. José Miguell Halffitth

Cercas

 Cada ação, uma cerca,  cada cerca, uma reação.  Há cercas fortes,  há cercas que se dissolvem como o sal na água. Há ainda as cercas que prometem ceder, mas não cedem.  Toda cerca produz novas cercas.  As  cercas fazem parte da convivência, não adianta nem insistir. Há cercas que começam sem ação aparente, mas sempre há.   Com as cercas, o mundo encobre-se de outros mundos. Mundos que ganham cercas mais firmes e solitárias ou solidárias. Há mundos que mesmo com cercas ao redor fazem delas um convite a conhecer o outro, mas  há mundos que são  um convite a sair.  Toda cerca precisa ser quebrada ou solidificada para que os mundos solitários e solidários não se desfaçam sozinhos, pois os mundos de um só ser podem fazer deste o fim do principal mundo.  Toda cerca será tão firme ou tão fraca quanto à nossa percepção de vida.  Nossa vida é movida por cercas. Todos nós somos autores ou  coautores das nossas cercas. Nossas cercas são construídas pelos alicerces do coração.  José Miguell Halff

Flores do meu jardim

Há várias flores no meu jardim.  Flores de todo jeito, de todas as cores e de todos os tamanhos, de todas as  formas.  Flores perfumadas, flores espinhosas,  flores que deixam o dia mais alegre. Há flores que não suportam o fim da primavera e somem do meu jardim. Há flores que se mantém intactas diante das intempéries.  Há ainda flores que nem chegam a florir. O meu jardim guarda as sementes ou os resquícios dela. Cada flor traz a aspereza, a doçura ou o encanto que desabrocha qualquer sorriso. Todas elas interconectam-se numa rede, mas os arames invisíveis as mantém separadas.  Arames que impedem de promover o crescimento saudável de todas . Em todo jardim há flores que se tornam singulares. As flores morrem um dia, deixando o nosso jardim saudosista.  Às vezes, nem mesmo o mais quente dos sóis é capaz de reaquecer o já frigidíssimo jardim. José Miguell Halffitth

A vida

         A vida é um sopro, mas também suspiro. Ela é sonho vivido. É capricho do destino. Ela é o encontro, é encanto, é dança das cadeiras no sentido conhecido. É luta diária, provida de significados vários.             A vida sugere, incomoda os mais fortes seres humanos. A vida segue diante dos tombos e dos trambiques de alguns. Segue diante de percalços e das perdas. Viver é sonhar, perder -se neste tempo incerto. O que é certo mesmo é que há um fim.          A vida não é um parque de diversão nem um desatinado circo. Ela possui momentos de distração, de diversão, mas nada que seja caracterizada como tal.           A vida não é fácil, nem difícil, nem mole. Ela exige de nós sabedoria para conduzi-la, esperança para cultivá-la e fé para mantê-la. Eis o segredo da vida.  José Miguell Halffitth

A força que me chama

      A força que me chama é a força que me levanta, que me eleva. É a força que celebra o meu protagonismo e que mantém minha mente e meu corpo  sãos.       A força que me chama desponta do meu interior. É a força que emana dos meus sonhos, mas que pode ser suplantada pelo medo e pela falta de desejo.  É a força que promove o meu crescimento, que me constrói e me desconstrói.         Nossa força vem da nossa história e do nosso querer. Nossa força vem da esperança e da certeza de dias melhores.        A Força que nos chama desbrava os horizontes,  é  força que unifica, que anula qualquer circunstância negativa. A força que me chama é a força divina. José Miguell Halffitth

Máscaras

     Mascarados,  muitos são. Nem  no Carnaval, a máscara cai. São personagens que perduram até uma vida inteira. Máscaras firmes, nem mesmo com um descuido, o personagem perde espaço.  Ah, o colapso pode levar ao desmascaramento.        Na vida, para manter a firmeza nos atos, as  pessoas precisam continuar atuando sob pena de perder prestígio. A máscara faz parte da sociedade.  É mais utilizada na política, mas não se enganem com a possibilidade de ter uma decepção com uma pessoa querida. As mentes humanas nos surpreendem.         Relações mascaradas, pautadas na falsa impressão de perfeição. Nem mesmo as máscaras conseguem sustentar a falsa  perfeição. Enganos ,  enfeites, superestimação. Tudo isso parece problema da visão, mas na verdade são os nossos olhos que nos enganam. Eles parecem estar vendados. As máscaras não caem facilmente.                              José Miguell Halffitth

Isolamento neste momento

       Neste momento de isolamento,  tudo parece diferente. A amizade virtual torna-se mais latente, o amor cobre-se de cuidados, o lazer sofre mudanças, mas a esperança é mantida, surgida dentro de cada um.  O isolamento trouxe uma aproximação virtual das pessoas que estavam distantes e maior distanciamento da presença de quem estava tão perto. As relações mudaram,  mas comunicação virtual não foi alterada. Vivemos um momento de lamentos e de outras sensações: sem aperto de mão, sem abraços,  sem beijinho.  Parece que estamos numa bolha ou numa versão menos indecente do BBB.            Mas e o que nos resta neste momento? O que nos resta neste momento é a saudade de nossos encontros fortuitos ou marcados. Saudade também da movimentação diária. Porém, há aspectos positivos deste  momento: a desaceleração da vida, a empatia ganha outra dimensão, os sonhos tornam-se maiores e temos mais tempo para usarmos com com quem mais amamos. Tudo é questão de como estamos enfrentando a reclusã

Frágeis relações

       Frágeis relações. Vivemos de  artificiais amizades e da nulidade de emoções verdadeiras...Bem-vindo à realidade nua, crua e cruel. A verdadeira face de cada um é mascarada e redesenhada. Até mesmo numa festa à fantasia, as máscaras são mais facilmente identificáveis.             Frágeis verdades. Vivemos num mundo de gentileza forçada,  aparências mascaradas, onde a carência fragiliza a verdade dos sentimentos.   Parece um teatro com atores e atrizes atuando perfeitamente.                  Frágeis firmezas! Vivemos um teatro em que nada mais é tão firme, nem mesmo a personagem. Uma hora, ela é desfeita, e a falsidade faz-se presente, desencobrindo toda a capa. Assim, o brilho se perde, o opaco vira referência.          Frágeis necessidades. Vivemos de relações de utilidade que se formam em abundância, mas todos reconhecem que não há nada na relação a não ser o utilitarismo. E então, a vida passa a ter um grande drama que aparece nas sutilezas das relações humanas,

Bom sucesso, um acerto poético

                    Sucesso de crítica e audiência, Bom sucesso chega ao fim hoje depois de quase seis meses no ar. A trama chegou com a intenção de ser lúdica e poética, e conseguiu. Conseguiu ser requintada, bem-humorada,  delicada e apaixonante.  Como não se apaixonar pela amizade de  Peter  e Sofia? O que  dizer da cumplicidade de Alberto e Paloma? O que dizer das referências literárias? Como não gostar de rever outros personagens, a exemplo da Elisa de Assis, de Totalmente demais?  Amizade, amor, vida e literatura foram ingredientes que fizeram de Bom sucesso um produto de qualidade inigualável. E a audiência correspondeu: segundo maior sucesso da década, perdendo apenas para Cheias de charme.   Começamos com os destaques. Surpreendeu a todos a atuação da Fabíula Nascimento, honrada com uma personagem emocionante,  com atitudes humanamente dúbias. Conseguiu a proeza de dar doçura  e qualidades à Nana, tornando-se um dos mais brilhantes papéis da trama.  Outros destaqu