Amor Em Quatro Atos Ato 1 - Ela Faz Cinema.Direitos reservados : Rede Globo.

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Relações líquidas

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  Neste século, nossas relações estão cada vez mais líquidas, artificiais e não mais convencem as pessoas. São poucas as que conseguem ser enganadas.  Parece que cada pessoa está vivendo em um mundo particular, cheio de cercas intransponíveis, de regras individuais. Quase ninguém mais consegue conviver com o outro de forma sincera e verdadeira. Parece que vivemos num eterno baile de máscaras. Nossas relações hoje são baseadas em poucas conversas profundas, poucas relações profundas e realmente verdadeiras. Os sentimentos tornaram-se fluidos e, muitas vezes, caóticos. A troca de amores é comparada à troca de roupas pela rapidez com que tem acontecido. Quase tudo é célere, vazio, sem um profundo sentido.   Até a vida se torna esvaziada de sentidos, e os pêsames vivem fazendo parte dos momentos de muitas pessoas. José Miguell Halffitth
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Sensações

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 Sensação de estarmos numa selva, onde não temos mais controle do nosso espaço. Sensação de estarmos presos, encarcerados no espaço e no tempo. Sensação de sermos incapazes de sair desse organismo mórbido que é essa sociedade doentia, marcada pelo egoísmo, pela violência exacerbada, pelo desgoverno das emoções. Sensação de impotência diante de tantos problemas que parecem não ter solução. Sensação de vazio, de medo, de luto por pessoas que mesmo vivas, estão mortas para nós. Sensação de sermos o passado, de não sermos nem o presente nem o futuro na vida das pessoas. Sensação de caminharmos na contramão do que queremos, do que pensamos, do que aprendemos. São sensações que fazem parte da vida de muitos de nós. José Miguell Halffitth 
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Realidade e idealização

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Durante toda a nossa vida, vivemos de idealizações. Idealizamos as pessoas, os sonhos, a próxima caminhada, as finanças, o amor perfeito, o primeiro beijo, o primeiro namoro, o casamento ideal, o primeiro: “consegui andar de bicicleta!”, a amizade, a felicidade, a vida. Tudo isso é bem diferente da realidade, porque a vida real não é baseada nas nossas idealizações. A realidade é diferente. As pessoas são diferentes, a felicidade é diferente, os sonhos são diferentes, as amizades são diferentes e a vida é diferente. Nada é como idealizamos, afinal, a idealização é vaga, porque não tem vivência, não tem realização, é imaginação. Já a realidade é factual, baseada na experiência, na relação com a história.  As idealizações e as realidades fazem parte da nossa vida, e aconselho a todos a saberem dosar a idealização com muita realidade.  José Miguell Halffitth 
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