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Vidas

     
   


           Uma vida regrada ou nada convencional é como uma página rabiscada ou inteiramente escrita. Ela é cheia de vazios e espaços ilegíveis.  Mas também espaços de muitas leituras. Ah, que vida inteira de significados .                                         
      Há vidas sem amor. Há vidas sem prazer. Há vidas sem pudor e  vidas sem querer. Mas também,  vidas com amor. Vidas por amor. Vidas vivas. Vidas prometidas. Há vidas programadas. Há vidas disfarçadas. Há vidas consagradas. Há vidas desregradas.                                               
        Há vidas jamais vividas. Vidas sem vida. Vidas reprimidas. Vidas queridas. Vidas de sonhos. Vidas de enganos. Vidas sem razão. Vidas sem paixão. Vidas ingênuas, sedentas. Vidas repletas de armas, de nada. A efemeridade é o sentido.
        Há vidas em forma de correntes, outras em forma de sementes. São tantas carentes, outras dementes, poucas pulsantes e milhões de indecentes. Como entender essa multiplicidade de vidas?   
                                         José Miguell Halffitth

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Saudades

      Saudade, sentimento que guardo das pessoas que se foram ou que já não mais perto de mim moram. Saudades das eras de ouro da minha vida. Saudades de outrora, de antigamente quando nós podíamos viver sem o medo de sermos trocados por aparelhos celulares. Saudades de tudo aquilo que nós falamos, brigamos, choramos, amamos. Saudades das visitas quase eternas de alguns bons amigos. Saudades de todos aqueles que foram importantes para  o nosso crescimento, seja emocional ou profissional.  Saudades de uma amizade que segure em nossas mãos e nos diga: "estou aqui." Saudades de mim, de ti e de nós quando, num pretérito não muito distante, éramos carentes apenas de dinheiro. Saudades dos domingos em família, quando nos reuníamos e tínhamos  a agradável sensação de estarmos num lugar nosso, de pertencimento. Saudades de uma realidade menos violenta, mais simples e menos conectada. Restam apenas saudades. José Miguell Halffitth 

Por que...?

  Por que precisamos mostrar aos outros nossas melhores roupas se as nossas melhores vestes são o nosso caráter e a nossa humildade?  Por que precisamos mostrar aos outros os nossos melhores calçados se os nossos melhores calçados são a nossa personalidade e a nossa perseverança? Por que precisamos mostrar a nossa grandeza para gente pequena se elas não conseguem entender o quão grandes somos? Por que precisamos mostrar aos outros as nossas carências se elas são depósitos vazios de afetividade e amor? Por que precisamos agradar às pessoas desagradáveis se elas são um poço de desequilíbrio e ignorância? Por que...? Por que...? Nada é grande se a alma é pequena. Tudo se apequena quando nós não conseguimos tocar positivamente no coração do outro.  José Miguell Halffitth