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O mundo em caos

 Neste mundo em caos, o homem é o próprio caos. É nesse mundo que as pessoas já se apresentam com requintes de maldade, falsidade e uma dose de simpatia e muita frieza. A simpatia engana os mais despreparados sobreviventes deste mundo; a frieza torna os mais perigosos humanos em civilizados e educados. No mundo em caos, o destino da humanidade é traçado pelas ações do ser humano, que lança sobre si mesmo a maldição da destruição. E quando ele destrói a natureza ou a vida de outrem, ele também destrói a própria humanidade. A destruição da natureza ou da vida de outrem traz o retrato de um futuro doentio, e o homem perde a esperança de se reconectar com ele mesmo, com as almas com quem divide o mesmo espaço e com a natureza. Agora, o que nos resta é um mundo caótico, sem gentileza, sem amor à vida e ao tempo, que é um produto raro, caro àqueles que ousam desperdiçá-lo maquinando perversidades ou destruindo a natureza. Essas perversidades colocam o homem frente a frente com a morte. A morte ama a burrice e a estupidez humana, mas  ela não é sensata quando é para perdoar. Ela não perdoa ninguém, principalmente quem ama a estupidez humana. A estupidez humana desampara os mais inconsequentes, acorrenta os menos desavisados. Os inconsequentes não sabem o quão tolos são e perdem todo o precioso tempo ostentando ignorância e testando a paciência alheia. O caos está formado; o homem, perdido;  o mundo, transformado.


José Miguell Halfitth 

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Saudades

      Saudade, sentimento que guardo das pessoas que se foram ou que já não mais perto de mim moram. Saudades das eras de ouro da minha vida. Saudades de outrora, de antigamente quando nós podíamos viver sem o medo de sermos trocados por aparelhos celulares. Saudades de tudo aquilo que nós falamos, brigamos, choramos, amamos. Saudades das visitas quase eternas de alguns bons amigos. Saudades de todos aqueles que foram importantes para  o nosso crescimento, seja emocional ou profissional.  Saudades de uma amizade que segure em nossas mãos e nos diga: "estou aqui." Saudades de mim, de ti e de nós quando, num pretérito não muito distante, éramos carentes apenas de dinheiro. Saudades dos domingos em família, quando nos reuníamos e tínhamos  a agradável sensação de estarmos num lugar nosso, de pertencimento. Saudades de uma realidade menos violenta, mais simples e menos conectada. Restam apenas saudades. José Miguell Halffitth 

Por que...?

  Por que precisamos mostrar aos outros nossas melhores roupas se as nossas melhores vestes são o nosso caráter e a nossa humildade?  Por que precisamos mostrar aos outros os nossos melhores calçados se os nossos melhores calçados são a nossa personalidade e a nossa perseverança? Por que precisamos mostrar a nossa grandeza para gente pequena se elas não conseguem entender o quão grandes somos? Por que precisamos mostrar aos outros as nossas carências se elas são depósitos vazios de afetividade e amor? Por que precisamos agradar às pessoas desagradáveis se elas são um poço de desequilíbrio e ignorância? Por que...? Por que...? Nada é grande se a alma é pequena. Tudo se apequena quando nós não conseguimos tocar positivamente no coração do outro.  José Miguell Halffitth