Neste mundo em caos, o homem é o próprio caos. É nesse mundo que as pessoas já se apresentam com requintes de maldade, falsidade e uma dose de simpatia e muita frieza. A simpatia engana os mais despreparados sobreviventes deste mundo; a frieza torna os mais perigosos humanos em civilizados e educados. No mundo em caos, o destino da humanidade é traçado pelas ações do ser humano, que lança sobre si mesmo a maldição da destruição. E quando ele destrói a natureza ou a vida de outrem, ele também destrói a própria humanidade. A destruição da natureza ou da vida de outrem traz o retrato de um futuro doentio, e o homem perde a esperança de se reconectar com ele mesmo, com as almas com quem divide o mesmo espaço e com a natureza. Agora, o que nos resta é um mundo caótico, sem gentileza, sem amor à vida e ao tempo, que é um produto raro, caro àqueles que ousam desperdiçá-lo maquinando perversidades ou destruindo a natureza. Essas perversidades colocam o homem frente a frente com a morte. A morte ama a burrice e a estupidez humana, mas ela não é sensata quando é para perdoar. Ela não perdoa ninguém, principalmente quem ama a estupidez humana. A estupidez humana desampara os mais inconsequentes, acorrenta os menos desavisados. Os inconsequentes não sabem o quão tolos são e perdem todo o precioso tempo ostentando ignorância e testando a paciência alheia. O caos está formado; o homem, perdido; o mundo, transformado.
José Miguell Halfitth
Comentários