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Robôs

      

        Num mundo onde cada dia mais as pessoas se tornam robóticas, os sentimentos cruciais, como o amor, tornam-se menos presentes na vida das pessoas. Assim, tudo se torna robótico: nossas ações, nossas atitudes, nossos relacionamentos, nossos sentimentos. Com isso, o sentimento de indiferença se torna o motor das relações sociais, a empatia e a simpatia perdem espaço na arena da vida, nosso foco se torna nós mesmos. E é nesse mundo vazio de sentimentos bons e cheio de egoísmo que as pessoas, hoje robóticas, prendem-se nos próprios mundos baseados em relações fluidas e líquidas e baseados também na interação por meio de uma tela chamada de celular, tablet ou mesmo pela tela de um computador. Quase já não temos diálogo olho no olho. Quase já não conseguimos manter relações duradouras. Não temos mais paciência com a indiferença e a passividade alheias. Então, hoje nada ou quase nada tem grande durabilidade. Tudo ou quase tudo é efêmero, passageiro. A vida ganha conotações robóticas. 


José Miguell Halffitth 

Comentários

Jarisson Santos disse…
Textos sempre lúcidos e atuais, parabéns José Miguel.
Muitíssimo obrigado, caro Jarisson Santos!

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Saudades

      Saudade, sentimento que guardo das pessoas que se foram ou que já não mais perto de mim moram. Saudades das eras de ouro da minha vida. Saudades de outrora, de antigamente quando nós podíamos viver sem o medo de sermos trocados por aparelhos celulares. Saudades de tudo aquilo que nós falamos, brigamos, choramos, amamos. Saudades das visitas quase eternas de alguns bons amigos. Saudades de todos aqueles que foram importantes para  o nosso crescimento, seja emocional ou profissional.  Saudades de uma amizade que segure em nossas mãos e nos diga: "estou aqui." Saudades de mim, de ti e de nós quando, num pretérito não muito distante, éramos carentes apenas de dinheiro. Saudades dos domingos em família, quando nos reuníamos e tínhamos  a agradável sensação de estarmos num lugar nosso, de pertencimento. Saudades de uma realidade menos violenta, mais simples e menos conectada. Restam apenas saudades. José Miguell Halffitth 

Por que...?

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